terça-feira, 16 de dezembro de 2014

No Rio, PMs tem carros incompatíveis com salários



: – Um levantamento feito pelo jornal O Globo apontou que é, no mínio um contraste os entre veículos usados por policiais e a retórica dos baixos salários. De acordo com a pesquisa, soldados e sargentos, com remunerações de R$ 2,3 mil e R$ 4 mil, respectivamente, podem ser vistos dirigindo modelos que custam até 43 vezes o valor das duas remunerações como os utilitários Honda CR-V EXL e Hyundai Santa Fé e as caminhonetes Amarok CD High e Nissan Frontier, com tração 4x4.
No 9º BPM (Rocha Miranda), por exemplo, que está lotado um sargento proprietário de um Hyundai Azera 3.0 V6 ano 2013. O carro custa R$ 102 mil, de acordo com a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na madrugada do último dia 20, outro sargento do mesmo batalhão invadiu, com arma no punho, um depósito da Secretaria Municipal de Ordem Pública para recuperar sua picape Toyota Hilux ano 2006, que tinha sido rebocada. O veículo está avaliado em R$ 62 mil, aproximadamente.
Multas
A pesquisa apontou, ainda, que não é difícil encontrar automóveis parados em fila dupla, como aconteceu no último dia 25. Sem preocupação alguma com multas, um sargento do 9º BPM ocupou parte da pista para estacionar sua picape cabine dupla Mitsubishi L 200 Triton 3.2 ano 2010, avaliada em R$ 80 mil. Detalhe: uma carreta para transporte de motocicletas estava acoplada ao veículo, segundo O Globo.
Alguns policiais param seus carros a aproximadamente 50 metros da entrada do batalhão, na esquina da Rua Tacaratu com a Estrada do Sapê. Também no último dia 25, um soldado conseguiu parar sua SUV Hyundai Santa Fé V6, ano 2008 e com preço médio de R$ 52 mil, sob a sombra de uma amendoeira. Um colega da mesma patente não teve a mesma sorte e o seu Kia Cerato 2011, estimado em R$ 41 mil, ficou ao sol.
Dificuldade de investigação
A Secretaria de Segurança Pública informou que, desde o início do ano, a Corregedoria-Geral Unificada (CGU) apura cerca de cem casos de suposta incompatibilidade entre salários e bens acumulados por policiais. Além do grande contingente de PMs, eles, muitas vezes, registram seus veículos em nomes de terceiros.
Segundo a PM, em cada batalhão existe uma comissão, composta pelo subcomandante, por outros três oficiais e por integrantes do setor de inteligência, é encarregada de investigar supostos casos de enriquecimento ilícito na tropa.
"Essa análise é checada com os bens declarados no Imposto de Renda. Caso ocorra alguma irregularidade, os comandantes enviam a investigação para a Corregedoria da PM, que remete os documentos à CGU, para que a sindicância patrimonial seja instaurada", diz a nota da corporação.
Rio 247

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