quinta-feira, 19 de junho de 2014

Região Serrana começa a produzir mudas de batata baroa

Conhecida pelo alto valor nutricional e pela rusticidade, a batata baroa é uma opção rentável para agricultores familiares da Região Serrana. A produção desta hortaliça foi tema de uma oficina em São José do Vale do Rio Preto e em Sumidouro no início deste mês e reuniu profissionais da extensão rural, da pesquisa agropecuária, produtores orgânicos e convencionais.
A ação é uma das frentes de trabalho de um projeto de pesquisa sobre estratégias agroecológicas para a segurança alimentar em ambientes de montanha, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenado pela Embrapa Agrobiologia, UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e UNRC (Universidade Nacional de Río Cuarto), da Argentina. Este trabalho pretende resgatar o cultivo familiar da batata baroa, alimento típico de áreas montanhosas, mas que foi erradicado há alguns anos da serra fluminense.
As oficinas promovidas pelas instituições que integram a Rede de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Serviços Sustentáveis em Microbacias Hidrográficas têm como objetivo estimular a criação de bancos comunitários para multiplicação de mudas da cultivar Amarela de Senador Amaral. “Essa variedade é mais valorizada, pois tem um sabor mais característico e um cheiro mais intenso. Cada planta chega a produzir, em média, um quilo de baroa amarela”, explicou o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Hortaliças, Nuno Madeira, que já coordenou experiências semelhantes nos estados de Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
A adubação deve seguir recomendações de uma análise de solo (Foto: Paulo Filgueiras)
A adubação deve seguir recomendações de uma análise de solo (Foto: Paulo Filgueiras)
O primeiro campo de produção instalado foi na Fazenda Lagoa, em Ventania, município de São José do Vale do Rio Preto, que será gerenciado por agricultores associados à Associação Agroecológica de Teresópolis (AAT). Outro local que recebeu o plantio do campo foi o Sítio Solstício, na localidade Soledade II, em Sumidouro. “A baroa acabou perdendo espaço valioso na região por conta de mudanças climáticas, pela presença de nematoides (vermes de solo) e pela opção comercial por produtos de ciclo curto como, por exemplo, as folhosas”, afirmou Nuno, que também criou um terceiro campo em Nova Friburgo, na localidade Serra Velha.
O produtor orgânico Renato Agostini Xavier Filho, de Sumidouro, participou das duas oficinas e está entusiasmado com a novidade. Atualmente, produz 20 tipos diferentes de alimentos (entre frutas, verduras e legumes) e possui uma agroindústria especializada na produção de brotos comestíveis. Ele é um dos beneficiários do banco de mudas e abriu as portas de sua propriedade para a instalação de uma unidade demonstrativa de plantio direto de hortaliças. “Quando vim para esse lugar, há 30 anos, encontrei alguns pés de baroa. Não dei prosseguimento por falta de conhecimento sobre o manejo dessa cultura. Acho que vai ser muito positivo”, revelou.


Fonte: G1

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