sábado, 17 de maio de 2014

Gravações de novela em Petrópolis serão investigadas pelo Ministério Público

As gravações da próxima novela da faixa nobre da Rede Globo, “Falso Brilhante”, se encerraram na manhã de hoje. Desde segunda-feira, as ruas do Centro Histórico se tornaram “set de filmagem”, palco de atuação de 100 pessoas, entre atores, diretores, figurantes e técnicos. Ontem, mais uma vez as gravações chegaram a causar pequena interdição no trânsito da Avenida barão do Rio Branco. Nada comparado ao caos da interdição da Rua Barão de Amazonas, no início dos trabalhos. Episódio este, que contou com apoio da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes – CPTrans, e que agora é alvo de representação no Ministério Público Estadual – MPE.
Ao contrário de segunda-feira, em que as gravações, combinadas duas semanas antes, pegaram de surpresa os motoristas, que ficaram presos no engarrafamento que afetou as principais ruas do Centro Histórico, ontem, na Avenida Barão do Rio Branco, o impacto da interdição foi menor. Houve congestionamento, mas pequeno e que rapidamente era dispersado pelos agentes que controlavam o trânsito.
O cenário das filmagens foi a delegacia do Retiro, a 105ª Delegacia de Polícia, que na trama “virou” a 184ªDP (unidade que não existe no estado). Na cena, em dois policiais chegavam unidade, enquanto uma das atrizes da trama aguardava na porta da delegacia. Como a filmagem aconteceu na baia de estacionamento da unidade policial, foi pequena a interferência no trânsito. Segundo o delegado titular, da vida real da unidade, foi feito um pedido pela equipe de produção da novela, este autorizado pela superintendência, na capital do estado.
Se ontem, foram poucos os transtornos causados nas gravações, não se pode dizer o mesmo de segunda-feira, quando as principais ruas do centro tiveram o trânsito parado ao longo da manhã, gerando revolta dos motoristas. Através da matéria publicada pela Tribuna, o promotor criminal do MPE, Celso Quintela, tomou conhecimento do incidente e por este motivo enviou um ofício de representação do incidente, para que o caso seja apurado pelo promotor da 2ª promotoria de tutela, Vinícius Ribeiro. “É um absurdo, que um empreendimento particular, conte com apoio de uma ferramenta pública em detrimento do cidadão. Por isso, considero necessário que o episódio seja avaliado”, explica.
Celso avalia ainda o problema do trânsito no município, alvo, segundo ele, de poucas melhorias nas últimas décadas. “É uma falta de consideração com o cidadão, principalmente porque se sabe o quão problemático é o trânsito da cidade. Ao longo das últimas décadas, praticamente não surgiram ruas novas, enquanto a frota de veículos foi crescendo a cada ano”, destaca.
Ontem, nossa equipe de reportagem tentou, sem sucesso, contato com o promotor Vinícius Ribeiro, que ainda avaliará a representação.

Vinicius Ferreira
Tribuna de Petrópolis

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