sábado, 14 de dezembro de 2013

Presos seis acusados de integrar quadrilha que movimentava R$ 500 mil por mês com abortos


Seis integrantes de uma quadrilha que fazia abortos foram presos, na manhã de ontem, por policiais da 19ª DP (Tijuca). Segundo as investigações, o bando é a maior rede de execução de abortos do estado do Rio e movimentava R$ 500 mil por mês. Além dos presos, foram apreendidos material cirúrgico, dólares, euros e francos suíços.
- Era a maior rede de aborto do estado. Pelo menos 150 pessoas já fizeram abortos com elesEm um dia, eles chegaram a fazer 20 procedimentos - disse o delegado Roberto Gomes, adiantando o grupo agia há pelo menos dois anos e era investigado há um.
Agora, os agentes tentam localizar uma paciente que teria tido problemas na mesa de cirurgia e também outras que se submeteram a abortos feito pela quadrilha para que elas prestem depoimento.
Foram presos Maria José Barcellos Cândido, Ivo Tannuri Filho, Nilda de Souza Pontes, Guilherme Estrella Aranha, José Luiz Gonçalves, Ivo Tannuri Filho e Myrian Hahamovici. Eles são médicos, agenciadores e seguranças. Por semana, a quadilha fazia 50 abortos. Por cada procedimento eram cobrados até R$ 8 mil. Mulheres de São Paulo, Minas, Espírito Santo e do Maranhão fizeram abortos com a quadrilha.José Luiz era o “cabeça” do grupo. Ele tem uma clínica em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, e já havia sido preso em fevereiro por fazer abortos. Nesta quinta, ele estava reunido em frente ao Campo de São Cristóvão, também na Zona Norte, com seis casais. Segundo a polícia, as mulheres seriam levadas para uma comunidade, onde haveria uma clínica de aborto.
- As idades das pacidentes variava entre 20 e 35 anos. O José recolhia os celulares das mulheres para que elas não chamassem a polícia - disse o delegado.
Escutas autorizadas pela Justiça mostram que José se referia aos abortos como microcirurgias ao falar com os cúmplices. A polícia investiga quem eram os demais do grupo - como anestesistas e enfermeiras - e também quais os locais onde os abortos eram realizados.
- Sabemos das clínicas clandestinas em Bonsucesso e no Rocha (Zona Norte). A quadrilha também atuava em domicílio - contou Roberto Gomes.
Segundo ele, Ivo Tannuri Filho é um médico conhecido na Tijuca, na Zona Norte. Já Nilda de Souza Pontes foi presa em seus apartamento em Ipanema, na Zona Sul, com o dinheiro do bando. Ela é apontada pela polícia como uma das maiores agenciadoras do Rio: ela era que fazia contatos com as jovens que desejavam fazer abortos.
- Ela falava com muita gente de posses, moradores da Zona Sul - disse o delegado.
Os presos serão autuados por formação de quadrilha e abortos. Todos tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça.
Na apresentação para a imprensa, alguns presos colocaram as mãos no rosto. Já uma presa foi além: ela fez a cúmplice de “escudo humano” e se escondeu atrás dela para se esconder das lentes dos fotógrafos.


Fonte: O Extra

Nenhum comentário:

Postar um comentário