terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Em Petrópolis, RJ, 5 mil famílias ainda moram em área de alto risco

Nove meses após último temporal, moradora grávida espera aluguel social. Prefeitura diz que vai entregar para população 2,5 mil moradias até 2016.

Casa de Suilane Conceição, em Petrópolis, tem alto risco de cair (Foto: Isabela Marinho/ G1)






Rosenir Conceição pediu ao marido para improvisar um sistema de escoamento d´água e diminuir o risco de desabamento (Foto: Isabela Marinho/ G1)
Rosenir  pediu que o marido improvisasse um
sistema de escoamento d´água para diminuir o
risco de desabamento (Foto: Isabela Marinho/ G1)
Rosenir da Silva Costa Conceição mora há 15 anos na localidade chamada Vila Joaquim, no bairro do Quitandinha, em Petrópolis, Região Serrana do Rio. Toda vez que começa a chover forte na região, a dona de casa conta que perde o sono de tanta preocupação. Isso porque sua casa está no alto de uma encosta, a mesma onde em março de 2013 um temporal provocou o desabasamento de casas, deixando 34 pessoas mortas. Como Rosenir, cinco mil famílias continuam morando em áreas consideradas de alto risco após a tragédia, segundo estimativa da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil.
“A Defesa Civil veio aqui e disse que se cair o barranco ali da frente, puxa a minha casa. Mas também não falaram nada de aluguel social. Moradores de duas casas aqui em baixo conseguiram o aluguel, saíram daqui e nem terra na casa caiu. Mas porque? Tem gente grande por trás. Começa a chover, eu nem durmo, eu perco o sono, a vontade de viver. Me pergunto porque que a gente tem que passar por isso. O barranco está todo encharcado, a qualquer momento pode cair”, reclama Rosenir.
A situação da filha de Rosenir, Sulaine Conceição, de 21 anos, é ainda mais delicada. Grávida de seis meses, a jovem mora em uma casa construída ao lado, cujo risco de cair é ainda maior. “Estamos desde março tentando o aluguel social para a Sulaine, fomos lá na quinta-feira (12) e e ainda não tem nada”, disse Rosenir, acrescentando que o prefeito da cidade, Rubens Bontempo, esteve em sua casa em março, mas que aé agora não tomou nenhum providência.


Para diminuir o risco, Rosenir pediu ao seu marido, que é pedreiro, para improvisar um buraco com canos para escoar a água.

A Prefeitura informou que trabalha para entregar, até o fim do governo (2016), 2,5 mil moradias à população. Na semana passada, nove meses após a tragédia, - a segunda em pouco mais de um ano – o governo municipal iniciou a construção de 846 unidades habitacionais no bairro Vicenzo Rivetti, pelo programa Minha Casa, Minha Vida.  Serão investidos R$ 63 milhões, segundo a Prefeitura.
Atualmente 1.836 famílias recebem um aluguel social no valor de R$500, sendo 500 delas devido às chuvas de março de 2013. As demais tiveram suas casas atingidas pelos desastres das chuvas dos anos anteriores. A Prefeitura não infou quantas pessoas ainda aguardam o aluguel social.
É o caso de Everton Mouter, de 19 anos, que perdeu a mãe, o padrasto, o tio e dois irmãos, que também moravam na Vila São Joaquim. No dia da tragédia, o jovem militar estava no internato do Exército e escapou do desabamaento. Ele morou durante um mês na casa de um amigo e em abril passou a receber o aluguel social, além de móveis. Atualmente mora em uma área “mais baixa, com menos risco”.
Obras estaduais e federais
Desde a tragédia de 2011, que deixou mais de 900 mortos, apenas 506 moradias foram entregues das 4.414  unidades habitacionais prometidas para desabrigados pelas enchentes nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Areal, Bom Jardim, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto, pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. O governo do Estado também afirma que indenizou 1.366 moradores para compra de novos imóveis e que 460 imóveis serão entregues ainda este mês.

Ainda de acordo com o governo do Estado as obras habitacionais na Região Serrana representam investimento de R$ 527 milhões (recursos federais e estaduais), incluindo obras de infraestrutura e construção de moradias.


Das 88 pontes destruídas pela enchente na Região Serrana, o governo afirma que 60 foram entregues, duas estão em andamento e 26 em processo de licitação. Ao todo R$ 85,5 milhões estão sendo utilizados para a reconstrução destas pontes.

Fonte:G1

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