sábado, 14 de dezembro de 2013

Casa desaba em Theodoro de Oliveira: intuição de moradora impede uma tragédia em família


Pedra rolou e atingiu imóvel, mas moradores escaparam segundos antes. Casa vizinha foi interditada pela Defesa Civil




Eram 23h da ultima quinta-feira, 12, quando a dona de casa Mariléa Bom Chuab foi à cozinha com a filha mais nova de 3 anos ao colo ferver leite para preparar a mamadeira da criança e ouviu um forte barulho no quintal de sua casa, na antiga linha férrea, em Theodoro de Oliveira. Ela ainda chegou a pensar que se tratava de ladrão tentando furtar novamente a bicicleta de seu filho mais velho — fato, segundo ela, ocorrido recentemente. Mas, sua intuição a fez deixar de verificar o que acontecia do lado de fora e sair correndo para o quintal com a menina ao colo, e seus outros dois filhos, de 11 anos e um adolescente, que dormiam no quarto e na sala do imóvel e foram despertados pela mãe repentinamente. Instantes depois que a família deixou a casa uma enorme pedra se desprendeu de uma encosta junto à RJ-116 e caiu sobre a casa de Mariléa, destruindo tudo. Só dois móveis puderam ser recuperados dos escombros. Nenhuma parede do imóvel simples permaneceu em pé. Mariléa e seus filhos, agora desabrigados, assistiram a tudo na rua, perplexos, mas felizmente salvos.  

"Foi questão de segundos. Nós saímos correndo e logo a casa caiu. Eu ainda ia abrir a porta para ver o que era, mas parece que algo me tocou e fez com que eu pegasse meus filhos e fugisse. Com certeza foi um aviso. Foi um milagre sairmos dali”, disse nessa sexta-feira, 13, a mulher, ainda em estado de choque ao ver sua casa e todos os seus pertences aos pedaços. Chovia com pouca intensidade no momento do deslizamento, mas o solo bastante encharcado devido às chuvas dos últimos dias, segundo análise preliminar da Defesa Civil, pode ter facilitado o escorregamento da encosta. O órgão interditou uma outra casa vizinha à de Mariléa devido à possibilidade de novos deslizamentos no local. 

Os moradores do imóvel interditado foram alojados temporariamente nas casas de parentes, enquanto Mariléa permanecia sem ter onde ficar pelo menos até o fim da manhã dessa sexta-feira, quando a Prefeitura anunciou que providenciaria um abrigo para ela e seus três filhos, possivelmente numa escola ou creche municipal próxima, até que ela seja incluída no projeto aluguel social ou cadastrada no programa de habitação popular do governo do estado. Enquanto isso, o município disponibilizará colchonetes, roupas e cestas básicas para a família desabrigada. 

Durante toda a madrugada Mariléa e seus filhos foram amparados por vizinhos. Muitos deles têm medo de continuar no local, pois temem novos escorregamentos na encosta.  

Texto: Henrique Amorim / Fotos: Amanda Tinoco

 



A casa ao lado foi interditada pela Defesa Civil 


 


Só restaram escombros da casa de Mariléa. Assim que ela e os filhos

saíram correndo, tudo veio abaixo com o deslizamento da encosta

 


As gaiolas, armadilhas e pássaros que estavam na casa do

aposentado. Tudo foi apreendido por homens da Guarda Ambiental

Nenhum comentário:

Postar um comentário