quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Moradores da favela e do asfalto perdem mesmo tempo no trânsito, mostra IBGE


Essa é uma tendência que ocorre na maioria das cidades do estado analisadas pelo IBGE: Niterói, Duque de Caxias, Petrópolis, Campos, Araruama, Cabo Frio, Macaé, Teresópolis e Volta Redonda. 

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RIO - O Rio é uma das cidades brasileiras em que, percentualmente, os moradores das favelas perdem menos tempo no deslocamento para o trabalho em relação a quem vive fora das comunidades. O mesmo ocorre em outras capitais como Vitória (ES), Belém (PA) e Salvador (BA). Mas, de uma forma geral, o tempo de deslocamento para o emprego não varia muito entre as pessoas que moram nas favelas e em outras áreas da cidade, quando levada em consideração a comparação em todo o país. Os dados inéditos fazem parte de levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira, com informações colhidas no Censo 2010.
A pesquisa “Aglomerados subnormais - Informações territoriais” mostra que, no Brasil, 19% das pessoas que viviam fora das comunidades levavam mais de uma hora no deslocamento casa-trabalho. Para quem vivia na favela, esse percentual era de 19,7%.
Aglomerados subnormais é como o IBGE chama um conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais (barracos ou casas), carente de serviços públicos essenciais, que ocupe ou tenha ocupado terreno de propriedade alheia, e disposto, em geral, de forma desordenada.
Na capital fluminense, 21,87% dos que vivem nas comunidades levam mais de uma hora no deslocamento para o trabalho. O percentual é de 26,31% para quem vive fora delas. Essa é uma tendência que ocorre na maioria das cidades do estado analisadas pelo IBGE: Niterói, Duque de Caxias, Petrópolis, Campos, Araruama, Cabo Frio, Macaé, Teresópolis e Volta Redonda. Apenas em São João de Meriti, Angra, Magé e Belford Roxo, os moradores do asfalto levam menos tempo para chegar ao trabalho do que os que vivem na favela.
Em São Paulo, esse fenômeno não acontece. Na capital paulista, 37,4% dos moradores das favelas levam mais de uma hora no deslocamento casa-trabalho. No caso de quem vive fora das comunidades, o percentual é de 30,32%.
A explicação para que Rio e São Paulo tenham situações inversas está no processo de formação das cidades.
- No Rio de Janeiro, a ocupação dos aglomerados subnormais aproveitou a existência dos morros, encravados nos bairros, e os dados sobre o tempo de deslocamento estão refletindo isso - afirmou Maurício Gonçalves e Silva, pesquisador da Coordenação de Geografia do IBGE. - São Paulo teve uma ocupação mais na periferia do que salpicada no tecido urbano.
Para fazer comparações dessa natureza, entre favela e outras áreas, o IBGE usou amostras do Censo. Os números permitiram fazer as análises levando em conta 89 municípios. Ao todo, em 54 cidades, os moradores das favelas levam mais tempo para se deslocar para o trabalho do que os que vivem fora das comunidades. Em 35 municípios, a situação é inversa.
Em 2010, o Brasil tinha 6.329 favelas identificadas, onde havia 3,2 milhões de domicílios.

Fonte:oglobo

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