sábado, 19 de outubro de 2013

Móveis para vítimas de tragédia das chuvas no RJ estragam em galpão

Kits que têm ainda eletrodomésticos estão guardados há quase 2 anos.Segundo Secretaria Estadual de Assistência Social, cada kit custou R$ 5 mil.


O Bom Dia Brasil mostrou na quinta-feira (17) que muitos moradores voltaram para as áreas de risco em Teresópolis, na Região Serrana do Rio. Nesta sexta (18), o Bom Dia Brasil traz uma denúncia: eletrodomésticos e móveis, destinados às vítimas da tragédia de 2011, estão estragando num galpão.Aos poucos, Luiza tenta reorganizar a vida. Em 2011, a maior tragédia climática do Brasil destruiu todos os seus sonhos."De repente veio e levou tudo, foi embora e a gente ficou sem nada", lembra a diarista Luiza Valéria Oliveira.Hoje, o que Luiza tem em casa, veio da solidariedade dos amigos: móveis e eletrodomésticos usados. Mas o motor da geladeira queimou. O micro-ondas já não funciona mais. A cama é escorada por tijolos e o televisor só liga com a chave de fenda.“Tudo funciona mais ou menos, tudo aqui é um pouquinho quebrado...”, conta Luiza.Os eletrodomésticos novos e funcionando – que deveriam estar na casa de Luiza e de outros desabrigados – existem. Mas bem longe dali.Dos 400 kits com móveis e eletrodomésticos enviados pelo governo do estado para Teresópolis, pelo menos 50 não foram entregues para as famílias atingidas pela chuva. Eles estão em um galpão que fica numa fábrica da cidade. Foram apreendidos pela Justiça Eleitoral depois da denúncia de que seriam usados para a compra de votos.O galpão está lacrado. Imagens mostram geladeiras e caixas de fogões empilhados. No teto faltam telhas e tem água no chão, piorando a conservação de eletrodomésticos que deveriam ter sido entregues há quase um ano e meio.O processo corre em segredo de justiça e o TRE não comenta a denúncia contra o prefeito de Teresópolis – que nega ter usado os kits para comprar votos na eleição do ano passado."A demora não foi culpa da prefeitura e nem da secretaria porque os kits chegaram incompletos. A gente não tinha como entregar os kits sem as camas", justificou o prefeito de Teresópolis, Arlei Rosa.Enquanto fogões e geladeiras que já deveriam ter sido doados sofrem a ação do tempo num galpão, as obras das casas prometidas dois anos atrás a quem perdeu tudo, estão na fase inicial. Uma expectativa que se arrasta.“Eu queria no meu coração mesmo, uma casa. A minha casa mesmo”, diz a dona de casa Esposalina Rosa Pimentel.A Secretaria Estadual de Assistência Social disse que desconhece a denúncia e que entregou os kits, há quase dois anos, para as prefeituras. E cada kit custou R$ 5 mil.

Fonte:bom-dia-brasil

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