sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Teresópolis: INEA segue com demolições em Campo Grande



De acordo com informações do INEA, após o término das demolições, Campo Grande vai receber três barragens. (Foto: Divulgação)
De acordo com informações do INEA, após o término das demolições, Campo Grande vai receber três barragens. (Foto: Divulgação)
O Instituto Estadual do Ambiente, o INEA, mantém equipes em localidades afetadas pela tragédia dando seguimento ao trabalho de demolição das residências que não poderão mais ser ocupadas. O trabalho acontece atualmente na Estrada José Arthur Josetti, onde retroescavadeiras fazem a derrubada das residências. Poucas sobraram, e para que a continuidade do serviço aconteça é necessário que todas as famílias já tem entrado em acordo com o órgão.
O cenário na região da Cascata do imbuí, Posse e Campo Grande impressiona quem há muito tempo não visita o local, isso porque agora, toda a área de destruição da região deu lugar a um grande canteiro de obras do INEA. Em diversos trechos o trabalho já foi concluído, como o alargamento das margens do Rio Príncipe na altura do Golf Clube (com a construção de um muro de contenção e trabalho de arborização) e a colocação de gramado onde antes estavam as pedras descidas com a enxurrada, na altura da Capela de São Sebastião, na Posse.
Rochas e entulhos
Chegando à Posse, em frente ao encontro da Rua da Pedra D´Água com Estrada José Correia da Silva Júnior, o que chama a atenção é a grande quantidade de pedras que ainda existe no local e está sendo colocada provisoriamente no terreno de residências que foram cobertas pela água e lama até o teto. Mesmo tanto tempo depois e tantos caminhões de rochas retirados, o número de rochas que estava nas estradas e quintais ainda é muito grande e impressiona, fazendo lembrar os estragos causados por elas.
Um pouco à frente, no acesso do Clube do Lago, muitos imóveis já foram derrubados, inclusive um pequeno hotel que ficava ao lado do Córrego dos Príncipes, com as colunas dentro do caminho da água. Ali acontece também o alargamento da ponte, obrigando a improvisação de uma passagem um pouco mais acima para que os homens de empresa terceirizada façam o serviço. O rio que vem da parte mais alta da comunidade também passa por adequações para que no período das chuvas intensas do verão, os problemas referentes aos alagamentos sejam minimizados, e até mesmo nulos.
Em maio, a presidente do INEA, Marilene Ramos, se reuniu com técnicos da empreiteira responsável pelas obras para cobrar mais agilidade na realização dos trabalhos. (Foto: Divulgação)
Em maio, a presidente do INEA, Marilene Ramos, se reuniu com técnicos da empreiteira responsável pelas obras para cobrar mais agilidade na realização dos trabalhos. (Foto: Divulgação)

Contudo, ainda há muito por fazer, especialmente na parte mais alta do bairro de Campo Grande, onde a tragédia se concentrou, e onde serão construídas três barragens no ponto final do bairro com o objetivo de conter o grande volume de água no período de verão e tentar evitar possíveis novas tragédias. Porém, para o início da construção dessas barragens é necessária a desocupação de todos os imóveis desse trecho do bairro, o que ainda não aconteceu porque muitas pessoas negociam com o governo estadual a venda das casas e terrenos. No mês de maio, a presidente Instituto Estadual do Ambiente, Marilene Ramos, se reuniu durante mais de duas horas com técnicos da empreiteira responsável pelas obras e com funcionários.
O objetivo, segundo ela, foi acertar ponteiros e cobrar mais agilidade na realização dos trabalhos. Também esteve nas obras o secretário de Estado de Meio Ambiente, Carlos Minc. Em entrevista a O DIÁRIO depois da reunião, a presidente Marilene garantiu que a ideia é identificar possíveis problemas que estejam atrapalhando o desenvolvimento das obras. “O objetivo é ver de perto a evolução das obras, eventualmente identificar alguns gargalos e onde precisamos atuar para identificar esses problemas. Queremos que essa obra ande muito rápido. O tempo para projetos, contratações, aprovações foi muito longo e a população aqui não pode continuar em risco. Precisamos avançar com essas obras para trazer segurança e condições de habitação para quem mora tanto na bacia do Rio Príncipe quanto do Rio Imbiú e toda essa região da Posse e do Caleme”, garantiu.
De acordo com informações passadas pela Assessoria de Comunicação do INEA foram feitas 388 negociações nas regiões em que o órgão está atuando; pagas 279 indenizações; entregues 43 unidades habitacionais; e 201 demolições.

Barragens e parque fluvial

As obras que serão realizadas na região de Campo Grande integram o projeto Rios da Serra – Obras de Controle de Cheias nos rios Príncipe e Imbuí, e incluem também a construção de um parque fluvial entre a Posse e o Campo Grande.  Para tal, estão sendo investidos R$ 160 milhões em verbas federais. O parque vai proporcionar a preservação ambiental do local, assim como das margens do rio, pois investe no reflorestamento e na recuperação da faixa marginal; facilita o escoamento das águas pluviais; e também contribui para a melhoria da qualidade de vida da população, que terá uma opção de lazer.
Ao longo de vários trechos do rio dos Príncipes já estão sendo replantadas diversas espécies de árvores nativas. Elas ajudarão a compor o cenário de um parque fluvial, que vai oferecer lazer para as comunidades da Posse e Campo Grande e evitar que as margens sejam ocupadas novamente – colocando em risco as famílias que por ventura procurem esses locais para residir. Recentemente, conversamos com o Gerente de Obras do Instituto Estadual do Ambiente, o Engenheiro João Carlos Grilo, que destacou a construção das barreiras como de extrema importância para a diminuição dos efeitos causados pelos temporais. “Elas são muito importantes no controle de inundações. Elas vão nos dar condições de controlar a descida da água durante fortes chuvas, pois as barreiras recebem toda água e vão liberando gradativamente”, explicou.



Fonte: O Diário de Teresópolis
Por Joanna Medeiros

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