sábado, 22 de junho de 2013

Manifestação leva 10 mil pessoas às ruas


Segundo a PM, cerca de oito mil pessoas compareceram à manifestação./Foto: Rafael Buys















Cerca de dez mil pessoas participaram da manifestação, na tarde de ontem, em Petrópolis, segundo cálculo da Polícia Militar, reunindo pessoas de todas as idades e classes sociais. Nas ruas, gente dos quatro cantos da cidade, muitos com toda a família. Para os organizadores da manifestação, o resultado foi positivo, principalmente por que não teve qualquer ato de violência e vandalismo, e as pessoas puderam apresentar suas pautas de reivindicações: qualidade e investimento na educação, saúde e transporte, fim da corrupção, combate à PEC 37 e outras. 
O balanço feito pelo tenente-coronel Rubens Peixoto, comandante do 26º Batalhão da Polícia Militar, também foi positivo, afirmando desde o início que tudo transcorreu dentro da normalidade. O comandante da PM acompanhou a passeata de perto e por diversas vezes caminhou ao lado dos manifestantes, dando tranquilidade a todos que participaram da manifestação. 
O ato público atraiu pessoas que participaram de passeatas anteriores e estreantes, como Fernando Ribeiro, 72 anos, que participava pela primeira vez. “Decidi participar porque chegamos no limite. As prioridades estão invertidas e os aposentados esquecidos. O povo está à míngua, e muito mais agora depois das obras dos estádios”, comentou. Já Maria de Lurdes Pércia, 75 anos, professora aposentada, ficou muito feliz em participar da manifestação, pois é uma veterana, tendo participado de passeatas em momentos históricos do país, como na década de 60. “Eu achava que nunca mais iria ver uma mobilização dos jovens como essa. Como professora, trabalhei 45 anos na área e participei das manifestações e movimentação de 1964 e 1992. Estou emocionada em poder mais uma vez defender a minha pátria e orgulhosa desta nova geração de jovens idealistas que estão transformando nosso país assim, como nós fizemos há muito tempo. Os nossos governantes estão precisando de um pouco de brasilidade, que todo esse povo está levando para as ruas, e honrar nossa bandeira”. 
O sindicalista Tiago França, que também ajudou na organização, considerou o resultado muito bom, principalmente por que os petropolitanos saíram às ruas para se manifestar. Cláudio Luis disse que Petrópolis deu um exemplo para todo o país, mostrando que é possível fazer uma manifestação sem violência. “A forma democrática como aconteceu a manifestação em Petrópolis deveria acontecer em todo o país e os governos deveriam pensar duas vezes a partir de agora”, frisou. 
Miguel Morelli, um dos jovens que ajudou a organizar a manifestação, considerou o saldo positivo, ressaltando que não houve qualquer ato de violência ou vandalismo. Uma mostra da tranquilidade e do respeito ao patrimônio foi o fato das pessoas terem colocado cartazes e faixas na estátua de Dom Pedro II, tirando fotos e depois retirando, mantendo o monumento intacto. Uma das pessoas foi Ivan Luis, que fez uma placa lembrando o processo do mensalão e a depositou na estátua, para que as pessoas tirassem foto. “Aproveitei que estavam tirando foto e coloquei a placa ali para que pudessem tirar fotos e eu possa descansar meu braço”, comentou, lembrando que a população não pode permitir que o mensalão caia no esquecimento. 
Mesmo com o resultado positivo, muitos participantes comentarama falta de organização no início da manifestação, principalmente com relação ao trajeto, o que acabou dividindo, com um grupo passando pela Rua do Imperador e outro passando pela Avenida Tiradentes, indo os dois em direção à Praça da Liberdade e depois concentrando em frente à sede da prefeitura. A divisão no momento da passeata não atrapalhou o esquema de segurança definido pelo comando da PM. Durante toda a manifestação, diversos grupos foram formados e partiram em diversas direções, todos sendo acompanhados de perto pelos jovens que organizaram o evento e também pela PM, que estava presente em vários pontos do centro.

Rogério Tosta
Redação Tribuna

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