sábado, 22 de junho de 2013

A vida sob risco iminente em Teresópolis

Sem solução do governo, moradores da Comunidade do Rosário continuam em suas casas interditadas
 Dois anos depois da tragédia que castigou a Região Serrana, a comunidade do Rosário, em Teresópolis, continua vivendo em suas casas interditadas. Os riscos estão por toda parte, e mesmo a estiagem não é garantia de segurança. As casas estão cercadas por montanhas e próximas a um córrego, e é comum rolarem grandes pedras

Segundo o presidente da associação de moradores, Valdeci Paim Alves, o número de imóveis interditados chega a três mil, sendo que apenas cerca de cem famílias foram beneficiadas pelo aluguel social, do governo do estado.
— Muitas deixaram suas casas e foram viver com parentes ou alugaram um imóvel por conta própria em outro lugar. Mas cerca de 150 famílias que não têm para onde ir continuam aqui na área de risco — diz.
Esse é o caso da dona de casa Deise Lúcia dos Santos, que mora com o marido e os seis filhos na casa interditada desde 2011. Ela diz que esteve na prefeitura, onde foi informada de que já estaria sendo beneficiada pelo aluguel social desde maio de 2012, apesar de não ter recebido um centavo sequer.
— Não tenho para onde ir e nunca recebi dinheiro algum. Até o conselho tutelar já esteve na minha casa ameaçando tirar os meus filhos — conta Deise.
Outra reclamação dos moradores é que a prefeitura demoliu 12 casas há cerca de três meses e não retirou o entulho gerado, que acabou se transformando em ninho para ratos, baratas e animais peçonhentos.
A Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, responsável pelo aluguel social, informa que 1.842 famílias já recebem o benefício em Teresópolis. Sobre o caso da moradora Deise Lúcia dos Santos, o órgão afirma que ela foi incluída no programa em maio de 2012, mas, até o mês passado, não havia informado uma conta corrente onde o dinheiro pudesse ser depositado. Para que o pagamento seja feito, ela precisa apresentar, na Secretaria municipal de Desenvolvimento Social, um extrato de sua conta na Caixa Econômica Federal.
Sobre o entulho das casas demolidas, a prefeitura explica que ele não foi removido para que funcione como barreira, impedindo que as casas próximas sejam atingidas em caso de deslizamentos. Além disso, segundo a prefeitura, o entulho impede que o local seja ocupado novamente. De acordo com a avaliação do Departamento de Recursos Minerais, ele não oferece risco.
Outros 22 imóveis estão demarcados para demolição, que será feita assim que as famílias forem integradas ao aluguel social.
Em Friburgo, Conjunto Habitacional recém-inaugurado já tem problemas
Cinquenta famílias do Conjunto Habitacional Parque das Flores, no Bairro Conselheiro Paulino, em Nova Friburgo, enfrentam problemas desde que receberam suas casas do governo do estado, no final do mês passado.
A maior queixa entre os moradores é com relação à falta de iluminação, a vazamentos de água nas casas, aos horários restritos dos ônibus e à parada distante.
A prefeitura afirma que 16 novos postes de luz já estão sendo instalados. Com relação aos vazamentos, a concessionária Águas de Nova Friburgo acrescenta que está identificando os pontos danificados e fazendo os reparos. E acrescenta que o problema foi causado por obras de outras empresas que acabaram atingindo a tubulação.
A viação Faol esclarece que os horários ainda não estão totalmente definidos, podendo haver alterações de acordo com a necessidade dos moradores. Em relação à distância do ponto, acrescentou que as obras precisam ser totalmente concluídas para que os ônibus possam entrar e manobrar com segurança

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